14. Meditação

Nó Celta

Meditar é respirar profundamente, refletir e aquietar a mente, para que ela se torne consciente apenas do momento presente. Desacelerar os pensamentos é essencial para ouvir o sons do mundo, o sussurro dos Deuses, que se manifesta constantemente no silêncio profundo.

Durante a jornada, aprendi como o silêncio da mente é imprescindível, principalmente para os que buscam inspiração, paz e lucidez. No Druidismo moderno, ela se torna uma ferramenta muito importante para alcançarmos as dádivas poéticas da Awen/Imbas, além de observar os sinais da sincronicidade ao nosso redor.

meditação não se apresenta somente de maneira passiva ou contemplativa, descritas nas técnicas hinduístas ou budistas, ela está fortemente ligada às técnicas de indução ao transe ou aos estados alterados de consciência através do êxtase, que acontece quando se atinge interiormente a sensação de profunda tranquilidade e silêncio. “Um silêncio dos pensamentos, da tagarelice mental, do corpo acostumado a se movimentar e que tem, portanto, dificuldade em ficar imóvel, das emoções que eclodem involuntariamente.” Veja os pensamentos passarem como cavalos agitados. Liberte-se!

Este modo extático de contemplação tem origens remotas e reconhece na descoberta do fogo, no exercício da caça, na experiência sexual, na dança e no canto, como possíveis fatores a induziram o homem ao estado meditativo espontâneo, provocando experiências naturais de estados alterados da consciência. Conforme descreve Mircea Eliade: “Para os povos primitivos, as fogueiras além de cozer o alimento, significavam segurança, proteção e contra o frio. Os efeitos psicológicos do fato de ficarem sentados longas horas diante delas devem ter sido pronunciados os estados meditativos. O fogo poderia tornar-se uma presença misteriosa, até mesmo divina. A focalização das chamas por longas horas com exclusão de todos os outros estímulos sensoriais, bem poderia ter produzido estados extáticos, cabendo às chamas afastar a consciência do padrão de perigo e provendo um estado alterado, mais calmo, de repouso em vez de ansiedade. O fogo e o seu simbolismo, confirmam o poderoso domínio que ele exerce sobre a consciência humana.”

Relatos sobre estado meditativo ou sono profundo, tal como um transe, estão presentes no mitos irlandesas de Fionn mac Cumhail (Finn mac Cumail) que fala sobre a Imbas Forosnai – a sabedoria que ilumina – e que desperta a “segunda visão” facilitando assim, o contato com o Outro Mundo.

Costumo meditar na parte da manhã ou à noite, pelo menos uns quinze minutos e, quase sempre, no mesmo horário. Aos que tiverem interesse em praticar a meditação, sugiro que sente-se de pernas cruzadas ou numa cadeira, com a coluna ereta e os pés apoiados no chão. Mantenha o olhar na linha do horizonte, respire profundamente três vezes e relaxe. Feche os olhos, vá para dentro de si e permaneça atento aos sons, observando apenas o seu interior. Busque o silêncio da mente, depois visualize o seu bosque sagrado e deixe a sua imaginação te guiar.

Como diz o amigo e yogue, Uan Denes Roessler: “Seja consciente que o vazio é a origem de tudo.”

Rowena A. Senėwėen ®
Pesquisadora da Cultura Celta e do Druidismo.

Website:
www.templodeavalon.com
Brumas do Tempo:
www.brumasdotempo.blogspot.com
Três Reinos Celtas:
www.tresreinosceltas.blogspot.com
Todos os direitos reservados.


Direitos Autorais

A violação de direitos autorais é crime: Lei Federal n° 9.610, de 19.02.98. Todos os direitos reservados ao site Templo de Avalon e seus respectivos autores. Ao compartilhar um artigo, cite a fonte e o autor. Referências bibliográficas e endereços de sites consultados na pesquisa, clique aqui.

"Três velas que iluminam a escuridão: Verdade,
Natureza e Conhecimento." Tríade irlandesa.

Nó Celta

Cat