No que se refere ao Druidismo antigo, Pomponius Mela, geógrafo romano do século I, chamava os druidas de mestres da sabedoria que, além da função sacerdotal, exerciam a função de conselheiros, professores e filósofos. Eram eles os responsáveis pelas cerimônias religiosas, pelos rituais em geral e por todos os julgamentos proferidos na tribo.
Os druidas exerciam um papel importantíssimo nas sociedades celtas em que estavam inseridos. Ensinavam sobre a ciência natural e a filosofia moral, sendo considerados como homens sábios e justos; as suas práticas jurídicas foram descritas como princípios vistos neste estudo sobre as “leis célticas”. A capacidade intelectual dos druidas era comparada com a dos magos da Pérsia, os brâmanes indianos e a muitas outras classes instruídas da época.
Apesar deles não existirem em todas as tribos celtas e sua verdadeira origem ainda ser considerada um mistério, há uma série de elementos nos relatos greco-romanos e nos achados arqueológicos que nos dão pistas sobre suas práticas religiosas, ligadas a ciência e filosofia, como por exemplo, a imortalidade, onde a alma não morre e depois da morte, ela passa de um corpo para outro, conhecido como metempsicose. Bem como a observação do movimento das estrelas, dos planetas e das leis da natureza.
Diógenes Laércio, historiador e filósofo grego, conservou a máxima atribuída a uma tríade druídica que dizia: honrar os Deuses, não causar dano a ninguém e ter coragem.
Essa filosofia é associada à ideia de paz. Os antigos escritores clássicos, como Júlio César e Diodoro Sículo, relatam que mesmo os druidas sendo isentos do serviço militar e de ir à guerra, por vezes eles pacificavam as tribos guerreiras, passando entre as fileiras inimigas para pedir a paz e apaziguar os exércitos. Os druidas eram considerados os intermediários entre os Deuses e o homem – ninguém podia realizar um ato religioso ou algo dessa magnitude sem a sua assistência.
Mas qual a importância destes fatos atualmente?
Para responder a pergunta, busco inspiração nas palavras do Druida Philip Carr-Gomm:
“Ao examinar os papéis do druida como juiz e professor, conselheiro de reis e rainhas, cientista e alquimista, é preciso lembrar que por trás de cada uma dessas funções havia o coração de um filósofo, extremamente preocupado com o significado e o propósito da vida na Terra. A filosofia dos druidas foi influenciada pelo pitagorismo, assim podemos começar a construir um retrato bastante abrangente da filosofia destes sábios da floresta… Silenciosamente, o Druidismo cresceu e evoluiu constantemente ao longo dos séculos – no seu modo de absorção ou sobre muitas outras influências. O grande problema da civilização moderna foi que a humanidade se tornou alienada a terra e os ciclos sazonais e agrícolas. Além disso, uma compreensão do valor da mitologia tinha sido perdida. Na última década, o Druidismo foi influenciado por ideias e filosofias de movimentos holísticos e ambientais, de modo que ao lado de suas preocupações com a busca da sabedoria e a união com a divindade, através da proteção do mundo natural, com o desenvolvimento de tecnologias, atitudes e estilos de vida que promovam a harmonia, ajudando novamente a humanidade a reconectar-se com a natureza e os Deuses.”
Que assim seja!
Rowena A. Senėwėen ®
Pesquisadora da Cultura Celta e do Druidismo.
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