24. Trabalho

Nó Celta

Ah, dá muito trabalho o caminho mágico, requer estudo, prática e ação. Quem está disposto a caminhar o tal quilometro extra atrás dos seus sonhos? A realização pessoal está entrelaçada à espiritualidade, desde uma simples meditação até a preparação de uma prática druídica.

Estudamos que os povos celtas viviam em tribos e cada tribo possuía seus Deuses patronos, além da variedade de Deuses, valores ou costumes – voltados à agricultura e às artes – que não eram vistos apenas como personificações de virtudes, pelo contrário, todos os Deuses possuíam várias funções diferentes, podendo ser de proteção e destruição ao mesmo tempo. Entre eles não havia o conceito de um único Deus, eles reconheciam os ciclos da natureza e a própria fertilidade como um princípio sagrado, intimamente ligado às deidades, aos seres sobrenaturais e a paisagem local. As lendas e os mitos celtas nos revelam a existência do Outro Mundo, oculto entre colinas, lagos, rios, névoas e bosques sagrados.

“Na sociedade celta abaixo do rei estava à classe dos guerreiros, dentre os quais o rei era selecionado. Os clãs guerreiros possuíam valorosas propriedades, o que lhes permitiam a posse de armas e cavalos necessários para o combate. Com o status igual ao dos guerreiros, estavam os indivíduos do saber – druidas, bardos e artesãos altamente qualificados, os ferreiros. Abaixo desses grupos, considerados nobres, estavam as famílias de agricultores, que compunham quase toda a população. Os agricultores eram livres, mas deviam pagar taxas e prestar serviço militar em guerras, aos seus reis e nobres. Além dos escravos, existentes em algumas tradições.” Conforme relata o professor Philip Freeman.

Como vimos, os celtas exerciam muitas funções no trabalho comum da tribo, dentro da sua sociedade, podiam ter variadas ocupações, cada qual com a sua vocação e o seu dom, como por exemplo: agricultores, tecelões, criadores de animais, caçadores, guerreiros, ferreiros e mestre dos metais, entre outros. Para muitas pessoas da atualidade esse elo com o passado não se perdeu.

O mundo mudou e alguns se esqueceram da sua ligação com os Deuses, as raízes antigas, a natureza, a sua ancestralidade e, principalmente, a sabedoria daqueles que caminharam nestas terras antes de nós. Procurar por essa conexão requer um trabalho contínuo de investigação, estudo e pesquisa, voltado também aos estudos e das línguas celtas, um trabalho bem custoso, diga-se de passagem. E que exige um total comprometimento pessoal daqueles que decidirem seguir por essa vertente.

Muitos podem não entender e perguntar qual o motivo de tanto empenho neste resgate?

Posso dizer apenas que é uma escolha pessoal, meramente intuitiva e devocional. Para alguns reconectar-se com essa energia será uma tarefa fácil, tal como retornar ao lar, mas, para outros, será uma luta constante, tamanhas as resistências em mudar e sair do comodismo.

Os antigos usavam sabiamente a força guerreira, pois um guerreiro virtuoso vivia na verdade e, acima de tudo, agia com honra e lealdade – tornando-a parte da sua lenda pessoal.

“Às vezes, a maestria num caminho incluía o estudo de outro, como na exigência para ser um dos guerreiros de Fianna, ao serem capazes de memorizar, compor e declamar vários poemas. As artes do guerreiro requeriam disciplina física similar à dos praticantes das artes marciais e podiam levar uma vida inteira para dominá-las, assim como as artes de um druida.”

O caminho do “Guerreiro Celta” se assemelha a uma antiga parábola xintoísta sobre a espada, que diz que ela precisa ser escaldada no fogo ardente, alternada entre marteladas e água fria, continuamente, até que possa ser considerada uma boa espada.

Que assim seja!

Rowena A. Senėwėen ®
Pesquisadora da Cultura Celta e do Druidismo.

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